25.11.09

Flagrantes da vida real


Recebi, ontem, de um advogado amigo, nosso leitor:

Hoje vivi um momento ímpar.

Lembro bem, que há anos, lá em Passo Fundo, quando andava de bicicleta aos domingos via sempre os piás vendedores de jornal. Eles gritavam nas esquinas as manchetes, para atrair os seus leitores. Eram coisas do tipo “Presidente Figueiredo não virá a Expointer” ou “Falcão é dúvida para o Gre-Nal”...


Algum tempo depois, notei que a estratégia de venda era outra. Passaram simplesmente a gritar o nome do jornal: “Olha a Folha”, “Zéééééroooo!”, e assim ia.


Pois hoje, parado em uma sinaleira da avenida Ipiranga, aproximou-se de mim uma jovem uniformizada e portando um exemplar de "O Sul" e, pegando-me de vidro abaixado, disse:

- Moço, compra um pra me ajudar...

Pensei que a mídia jornal estava morrendo, hoje vi que já está morta. Vender jornal é o mesmo que esmolar. Refestelo-me nesse velório.


Inês é morta!

Abraço,


Rodrigo Foscarin Pedroso



Fonte: Diário Gauche

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