28.8.08

Comparações

Do Diário Gauche:
Século 19 na Expointer 2008
Notícias e não-notícias

Hoje, o jornal Correio do Povo deu um banho de realidade em Zero Hora. Enquanto o diário da RBS dá como manchete uma constatação anódina sobre o esquecimento dos eleitores (uma não-notícia), o diário da Igreja Universal (IURD) estampa uma notícia de verdade, sobre investimentos concretos do governo federal na Metade Sul.

Além disso, o CP informa na capa sobre as relações trabalhistas de século 19Expointer, a grande feira do agronegócio do Sul. encontradas pelo Ministério Público do Trabalho no Parque de Exposições de Esteio, sede anual da

O MP notificou o Governo do Estado e pelo menos três cabanhas, somente ontem. A Superintendência Regional do Trabalho, Emprego e Renda (SRTE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) detectaram irregularidades nas relações trabalhistas e as péssimas condições dos empregados dos fazendeiros-expositores, como alojamentos que não existem, problemas de higiene (peões fazendo refeições junto aos animais), insalubridade e periculosidade (os touros são animais violentos).

Suspeita-se também de jornadas excessivas de trabalho, já que os animais exigem permanente vigília dos seus tratadores. Depoimentos dos próprios cabanheiros (criadores de animais de raça) informam que contratam um peão por animal, sendo que este animal precisa de cuidados nas 24 horas do dia, portanto, paira a desconfiança de que os empregados rurais têm jornadas em excesso, bem além da jornada legal de oito horas, acrescida das duas horas-extras remuneradas. Assim, ficam faltando 14 horas de trabalho que não estariam sendo remuneradas pelos fazendeiros-empregadores, e que a fiscalização e auditagem do MPT e da SRTE irá constatar no decorrer da feira deste ano.

A Farsul (federação sindical do patronato rural do Estado) não se manifestou oficialmente sobre o caso. No limite, a Superintendência Regional do Trabalho, Emprego e Renda pode interditar o parque estadual de Esteio (área metropolitana de Porto Alegre).

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Ambos jornais são do PIG, mas parece que o Correio do Povo brigou menos com a notícia.

ZH encalhada

Direto do blog A geografia em tudo:
ZÉmentira encalhada: é por isso que eles temem

No início da noite de domingo (24/08), como de costume, fui comprar umas coisinhas em um supermercado da cidade, quando, ao esperar a minha vez no caixa, observei que, em todos os caixas haviam pilhas de jornais (ZH) encalhados.
Sim, encalhados, pois como essa porcaria sai sábado ao meio-dia, ninguém mais vai compra-lo no domingo a noite (vejam a foto que eu fiz a cima, assim como essa pilha de papel, outras iguais estavam em outros caixas).
É por isto que os barões da mídia estão apavorados com as mídias alternativas...
E mais, com esse "jornalisminho" provinciano a mando dos grandes grupos econômicos, só poderia acontecer o que está acontecendo.
A decadência do RS está em toda a parte...

23.8.08

Grupo de Armínio Fraga comprará 15% da RBS

Do RSurgente:
O grupo RBS está negociando a venda de uma participação de 15% da holding RBS Comunicações para a gestora de fundos de participação Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, informa o jornal Valor Econômico. Fraga foi colega do atual vice-presidente executivo da RBS, Pedro Parente, no governo Fernando Henrique Cardoso. Parente, na época, era chefe da Casa Civil. Em nota oficial, a RBS informou que a operação deve ser concluída até 30 de setembro. Em 2007, diz a matéria do Valor, a RBS tele lucro líquido consolidado de R$ 96 milhões, ante os R$ 142 milhões no ano anterior, quando um terço do resultado foi obtido com a venda de ações da Net Serviços. A empresa está investindo R$ 70 milhões na construção de um novo parque gráfico em Porto Alegre, previsto para entrar em funcionamento no segundo semestre de 2009.

17.8.08

Queimando mendigos


Fonte: Diário Gauche

O jornal Zero Hora, que pertence ao grupo midiático RBS (apoiadores e beneficiários do golpe civil-militar de 1964), hoje, está simbolicamente queimando mendigos e moradores de rua de Porto Alegre.

Procede como porta-voz do senso comum mais rançoso e intolerante. Desconhece a responsabilidade social que deveria portar como empresa de comunicação de massas. Prefere manifestar-se como o mais atrasado dos indivíduos da classe média urbana, supondo que a cidade é de quem paga por ela. Quer abolir de uma vez por todas o espírito iluminista de cidadania e colocar em seu lugar a impostura do indivíduo consumidor, que se basta na sua neurose excludente e medrosa.

Zero Hora vem construindo – há tempos (não é de hoje) – uma série que ratifica e sanciona os impulsos mais rebaixados do ser humano, baseado na aprovação do mito da irresponsabilidade social. Os moradores de rua são perdedores, devem ser enxotados do convívio urbano (e humano). Na sociedade que a RBS busca, não cabem os insolventes, porque estes aspiram no máximo a serem cidadãos, e jamais serão os consumidores perfeitos.

ZH está autorizando mesmo que um adolescente estúpido, filho da classe média branca e ainda solvente, amanhã ou hoje à noite mesmo, compre um galão de combustível e execute a sua micro-solução-final para “os donos da rua”.

Mas um mendigo incendiado será que basta para o altar de sacrifícios do deus-mercado de ZH?

Leia mais sobre o assunto no RSurgente AQUI.

Barbeiragem com a língua



Fonte: Diário Gauche

Suspensão (no sentido de adiar) com Ç pode ser Çuspensão ou Suspenção. A redatora optou pela segunda alternativa. Achou mais bem posto, esteticamente, talvez.

A letra C com o cedilha (pequena vírgula sotoposto) indica que a mesma não tem som de K, mas de S, por ser uma fricativa surda dental plana (calma, está tudo no amansa-burro do Houaiss).

A autora da barbeiragem é a jornalista Taline Oppitz, atualmente empregada celetista do Correio do Povo.

De indivíduos que não tiveram chance de estudar, jamais se irá exigir o cumprimento estrito da regra lingüística, mas em se tratando de uma profissional com funções destacadas em um jornal tradicional e que deve observar responsabilidades com a língua padrão, aí a coisa fica muito ruim mesmo. Evidencia o desrespeito do jornal para com o leitor, e nos dá a certeza do decadentismo acelerado que assola a mídia identificada com a direita brasileira.

A jornalista Taline – e os seus patrões da Igreja Universal – devem saber que o diabo mora no detalhe.

Grupo RBS quer comprar mais dois jornais, um em Rio Grande e outro em Criciúma

Fonte: RSurgente
Do site Coletiva.Net: “O Grupo RBS está em tratativas adiantadas para adquirir o controle de dois diários, um na cidade de Rio Grande e outro em Criciúma (SC). Em Rio Grande, o grupo está interessado no jornal Agora, fundado em 20 de setembro de 1975 pelo jornalista Germano Toralles Leite e que é de propriedade das Organizações Risul Ltda.
Pelo menos três rodadas de negociação já foram realizadas entre as duas empresas.
Em Santa Catarina, onde o grupo já tem quatro diários (Diário Catarinense, Jornal de Santa Catarina, Hora e A Notícia), o alvo é o Jornal da Manhã. Diário em formato tablóide, circula em Criciúma desde agosto de 1983 e é considerado um dos mais importantes da região sul daquele Estado, com tiragem estimada de 7.200 exemplares".

15.8.08

Americanismos grosseiros de ZéAgah

Fonte: Paidéia Gaúcha
Zero Hora
14 de agosto de 2008 N° 15695
GUERRA NO CÁUCASO
EUA cobram trégua da Rússia
Ontem, Moscou teria desrespeitado o acordo de cessar-fogo

A guerra é na Geórgia, mas foram os Estados Unidos que ontem endureceram o discurso e atacaram a Rússia – reacendendo a tensão que assombrou o mundo durante os anos de Guerra Fria. Diante da suposta violação do acordo de cessar-fogo dos russos, o presidente americano, George W. Bush, deixou de lado a postura discreta e tomou partido no conflito.Ele fez um pronunciamento logo depois de receber a notícia de que os russos haviam rompido a trégua, ao realizarem novas investidas em território georgiano. Os EUA exigiram de Moscou o cumprimento do cessar-fogo assinado na terça-feira e acusaram suas tropas de estarem bloqueando as principais vias da Geórgia. Bush decidiu enviar a secretária de Estado, Condoleezza Rice, a Paris, na França, e a Tiblisi, capital da Geórgia, para tentar auxiliar a solucionar a crise na região do Cáucaso.
– Nós não estamos em 1968 e na invasão da Checoslováquia, onde a Rússia pode ameaçar um vizinho, ocupar uma capital e derrubar um governo. As coisas mudaram – disse Condoleezza.
...
Ontem falei disto aqui no Blog. Nenhuma novidade, ZéAgah é lento jornalismo. Lento e limitado, porque cego pelo viés.
Em algum lugar da matéria você encontra alguma informação sobre qual a diferença entre 68 e os dias atuais? Não. Porque os EUA aceitavam, em 68, a Rússia ameaçando um país vizinho e derrubando governos, como diz Condoleezza?
Dei a dica: naquela época o mundo estava, por acordo, o de Yalta, pós-segunda guerra, dividido em 2/3 sob o dominio dos EUA e 1/3 da União Soviética. Discursos e ideologias à parte, salvo algumas - importantes - tensões localizadas, Vietnam por exemplo, manteve-se assim por um longo período. É por isso que Condoleezza diz o que disse. Numa coisa ela está certa, não estamos em 68: Não há acordo agora. As coisas mudaram. Noutra, não: Se não há acordo, pode-se quase tudo. Ao ouvir isto, Putin deve ter pensado: e eles, podem invadir o Iraque, contra todas as opiniões?
Esta é mais uma tensão que poderá, ou não, levar a um acordo. O Iraque não levou. Sobram instâncias de coordenação, mas ainda nenhuma tem capacidade para estabelecer um acordo geral legítimo: G8, OTAN, Forum de Davos, etc. A segunda guerra, e muita coisa que aconteceu antes e durante, levou a Yalta. Mas havia, ao final desta, mais do que uma disputa entre países capitalistas imperialistas. E agora? O papel ideológico, não-capitalista, da União Soviética está vago... O conflito atual é "só" por melhores condições para a acumulação de capital para a Rússia ou para os Estados Unidos.
Mas este raciocínio, importante para entender o que está acontecendo, você não vê em ZéAgah. O que você vê? Vê os EUA no papel de disciplinador do mundo. Vê a possibilidade de retorno da Guerra Fria. Não vê porque o cessar-fogo não se cumpre integralmente, mesmo com os EUA levantando a voz. Não vê a guerra por gás e petróleo. Não vê porque Putin, quem verdadeiramente manda na Rússia, ainda não se pronunciou. Não vê que assim é porque está apenas começando.
No acordo de cessar-fogo não estão os principais elementos do conflito. Por isso ele é precário.
Embora tenha a informação, nas falas de Condoleezza e Sergei Lavrov, ZéAgah não informa. Usa como entrelinha da descrição dos fatos o viés do alinhamento ideológico/moralista pró-EUA: EUA=defesa dos bons valores (liberdade, etc.). Mas o fato é que no Iraque e na Geórgia, por dois caminhos diferentes, os EUA miram, exclusivamente, a preservação de seus interesses econômicos. Com governos legítimos (Georgia) ou ilegítimos (Iraque). E a Rússia, também.
Leia, a partir disto que disse, a declaração de Sergei Lavrov, chanceler russo, na mesma matéria de ZéAgah:
A liderança da Geórgia é um projeto especial para os EUA. Em algum momento, será necessário escolher entre apoiar esse projeto virtual ou então apoiar uma parceria real em questões que requerem uma ação coletiva – disse o chanceler russo, Sergei Lavrov.
Esta "parceria" estava fixada em Yalta. Não existe mais. Mas a Rússia, Putin, mandou avisar que está de volta ao palco. Em iguais condições...

Resultado da enquete:

Quanto ao envolvimento de Yeda Crusius com a Máfia do DETRAN-RS, a Governadora:


1-Sabia e não fez nada;
24 (19%)
2-Fingiu que não sabia;
9 (7%)
3-Não sabia;
2 (1%)
4-Sabia e comandava.
88 (71%)


Votos até o momento: 123
Enquete encerrada

Ou seja 71% acredita que Yeda Crusius sabia e comandava as atividades ilícitas da Máfia do DETRAN!

12.8.08

Ainda sobre afirmar, em manchetes, algo que não estaria claro em entrevistas

Fonte: La Vieja Bruja

Pois não é que falando em afirmar, em manchetes, algo que não estaria claro em entrevistas, La Vieja lembrou de um recente episódio envolvendo o íntegro Grupo RBS, no qual uma determinada entrevista concedida ao jornal Zero Hora não sustenta as afirmações que são feitas na manchete da reportagem que a ela se refere?
Pois bem, passemos aos fatos.
Eis que La Vieja, na última sexta-feira, 01, como quem não quer nada, corria os olhos sobre as manchetes da "edição impressa virtual" de ZH. Qual não foi sua surpresa, imaginem os senhores, quando se deparou com a seguinte afirmação:A primeira reação de La Vieja, quase instintiva, foi questionar o grau de comprometimento do suposto aliado com a causa da reforma agrária no Brasil. Ninguém que se diga aliado de causas populares pode se dar ao luxo de ignorar o esforço diário da mídia tupiniquim, e principalmente do jornaleco da Azenha, pela conquista da hegemonia no imaginário coletivo, construção simbólica que se dá, sobretudo, no terreno da velha e boa semântica, através da elaboração de sofismas, omissões, dissimulações, eufemismos e da construção de conceitos capazes de corroborar crenças irrefletidas. E a Zero Hora, bem sabem os senhores, independentemente do que a ela se declare na mais pura boa-fé, criminaliza ou caricaturiza os movimentos sociais, uma vez que sua função é escamotear os conflitos de classe gaudérios, o que equivale, vale dizer, ao encobrimento da luta de classes no modo de produção capitalista. Daí, então, a surpresa de La Vieja com a suposta declaração do hipotético ativista social, extremamente ingênua na mais caridosa das conjecturas.
Sua segunda reação, evidentemente, foi conferir se a referida manchete - "MST irrita aliado com vandalismo em invasão" -, bem como a reportagem que a ela se seguia, descreviam adequadamente as declarações do superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Mozar Dietrich, e se de fato havia sido o suposto ato de vandalismo o responsável pela alteração de seu estado de espírito. La Vieja queria saber, ao fim e ao cabo, tanto (i) se Dietrich se irritara com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) em função do suposto ato de vandalismo, quanto, por conseguinte, (ii) se ZH afirmava, em sua manchete, algo que havia ficado claro na entrevista por ele concedida.
Ora, pois não é que não se tratava de nada disso? Nem Dietrich havia se irritado com o suposto ato de vandalismo e nem ZH afirmava, em sua manchete, algo que havia ficado claro na entrevista por ele concedida.
Sim, caros leitores. A empresa que hoje se exaspera com manchetes que supostamente distorcem entrevistas recorreu a esse expediente recentemente, e isso a fim de, mais uma vez, criminalizar um movimento social.
Continue a leitura AQUI.