3.9.08

Grampos: a grande “novidade”


Esquecendo para manter a dignidade representada

O jornal Zero Hora tem memória curta. Insiste em esquecer o pretérito de si e das coisas em geral.

Dizem que o esquecimento é uma espécie de refúgio onde muitos tentam preservar a sanidade e – alguns – a própria dignidade representada.

ZH não pode retroceder muito ao passado porque lá se encontram as provas condenatórias de seu apoio aos golpistas da ditadura 1964-1985. E, por conseguinte, a memória corrosiva de um tempo de grampos telefônicos sistemáticos e como política estratégica de Segurança Nacional, prisões ilegais, invasão de domicílios, censura, tortura dentro de órgãos de Estado praticado por funcionários públicos, corrupção generalizada mas oculta, desaparecimento de cidadãs e cidadãos, assassinatos e crimes comuns cometidos em nome do Estado de exceção et cetera.

Isto posto, agora se entende a afirmação (equivocada) de que os grampos surgiram há pouco tempo, na gestão do delegado Paulo Lacerda na Abin. Para ZH, os grampos telefônicos são coisa recente, fruto da conjugação das novas tecnologias de telecomunicações com o espírito "policial" do governo do presidente Lula.

Só falta pedir o impeachment do presidente, como faz semanalmente o deputado Rodrigo Maia (Dem-RJ), protótipo do leitor de Veja.

Nenhum comentário: