16.2.09

HISTÓRIAS CABELUDAS

Postado em 8/02/2009 por WU

Na postagem anterior registramos que, pelo menos por algum tempo, não continuaríamos priorizando o trabalho de “leitura” de Zerolândia. Atividade que realizamos, diariamente, nos últimos três anos no espaço do blog. E sete anos na revista Pontodevista. Ao circularmos pela cidade, no último sábado, escutamos de quatro pessoas diferentes relatos de situações sobre as quais não poderíamos deixar de realizar um rápido registro. Sem maiores considerações. E poderíamos fazer várias. Relatos que foram se complementando com novos detalhes.
Nos últimos 20 anos, sempre que tenho uma oportunidade digo aos alunos que o jornal “O Estado de São Paulo”, o velho “Estadão”, é uma verdadeira entidade. Reacionário, conservador, de direita, ou qualquer outra denominação que se queira dar a ele, de fato; é um jornal na medida em que não briga com a notícia. Tem a tradição de ter o melhor noticiário internacional. Houve um tempo que possuia correspondentes nas principais cidades do mundo. Jornalistas de nome. Sou, também, do tempo em que se ia até a Praça da Alfândega, nos domingos, para comprar o “Correio do Povo” e o “Estadão”, em grande parte, pelo noticiário de mundo deste útilimo. E, claro, para ver o desfile das gurias na saída do cinemas. Estudantes compravam jornal.
A “entidade O Estado de São Paulo” estaria processando o multimídia Rodrigo Lopes, de Zerolândia, por plágio. Episódio comentado por três pessoas da redação. Esse é o verdadeiro “garoto de outro”, do PRBS. Não é um tosco qualquer. Tem diploma. Não foi feito no corte de ”machado”. Das observações que me foram passados, pelo menos duas delas ricas em detalhes, cabe ainda destacar o fato de que poucos aguentam seus relatos de viagem. O papo é sempre o mesmo: detalhes operacionais e técnicos sobre a “cobertura showrnalística”. Nada de impressões jornalísticas. Nada sobre a experiência de vida. Segundo estas pessoas uma pobreza total. Algumas não assistem mais. Coisa do tipo não me desgrudei dos equipamentos. É bem diferente de um relato de um Jack London ou de um Mark Twain. Seria querer demais. Parece que o “multimídia internacional” chegou a ser alertado para que não assinasse a matéria. Assinou e não deu outra. Não vamos nem perder nosso tempo comparando os textos publicados pelos dois jornais. Um exercício que poderia ser de demolição, comparativa. Tema para uma monografia acadêmica. Temos colecionado as impressões de viagens do Rodrigo Lopes. A intenção era a de realizarmos um verdadeiro desmonte. Usaríamos como ponto de referência o jornal “O Estadão”, pelas razões já apontadas. Deixamos de lado a idéia. Desistimos já faz algum tempo. Cansa e ao mesmo tempo é como tirar “bala de criança”. Chega uma hora que perde a graça. No entanto, a ação do “Estadão” nos indica que a nossa percepção não tinha como ponto de partida uma posição equívocada. Uma coisa raivosa e acentada em uma atitude preconceituosa. Nada de ranço e arrogância. Não estamos, obviamente, condenando ninguém por antecipação. Não temos este poder. Como jornalista, na função de educador, estamos levantando a discussão sobre informações que correm na categoria. O objetivo é quase que só didático.
Estamos convencidos que temos muitas outras coisas mais importantes na vida do que ficarmos, unicamente, monitorando Zerolândia. Sempre se corre o risco do “emburrecimento”. Mas o registro do enterro de um brigadiano, edição de 07.02.2009, página 34 se comparado a episódios idênticos com as contracapas “Adeus ao filho Soldado” em 10.11.2007; “A herança de um herói”, de 07.06.2006; e “Luto pelo irmão na tropa”, edição de 02.08.2008, possibilitará entendermos o grau de manipulação promovido pelo PRBS. Não vamos nem perder tempo escaneando as imagens para efeito de comparação. O velho Marcos Faerman (Marcão) dizia que jornalista trabalha, permanentemente, fazendo comparações. O “Marcão” nunca processou ninguém por este apelido. Não adquiri esta prática na academia. É perda de tempo. Mas fiquem atentos: a subjetividade violência total está sendo substituída - gradativamente - pela perfumaria total. O camarada Bisol não está nem mais interessado nessa discussão.
Existe ainda uma outra figura, também da redação do PRBS, que tem se apresentado aos colegas como sendo o primeiro repórter promovido pela empresa à condição de multimídia. O que tem provocado um monte de gozações. Motivo de mais piadas. Ninguém acredita que um tosco, com duzentos botões para apertar, possa fazer jornalismo. O cara tem ficado enredado entre máquina fotográfica, câmera de vídeo e o gravador. Só mesmo showrnalismo. Imaginem um homem de Neanderthal apertando botões e teclas. Não vou nem me deter muito para não parecer que estou sempre aumentando a área de atrito. Estamos fazendo de tudo para não esticarmos tanto a corda mas, acreditem, é difícil. O apelido tudo mundo na categoria sabe. Não há nenhum registro de que, em algum momento de nossa trajetória, tenhamos tido por prática o hábito de criar apelidos. Ficamos sabendo, por exemplo, que quando ele vai receber algum prêmio a empresa recomenda que ele não fale. Não abra a boca. Uma coisa não bate com a outra. O cara é promovido a primeiro repórter multimídia do PRBS, segundo ele próprio tem anunciado e, por outro lado, a empresa pede para ele não abrir a boca? A falcatrua tá rolando solta. O advogado de Pontodevista está se dispondo a pagar os custos para a realização de uma perícia (completa) da foto da criança que já nasceu envolta pela bandeira do Brasil.
Existe um sentimento de contrariedade ao realizarmos esta postagem, acreditem. Não era nossa intenção continuarmos, pelo pelo menos por algum tempo, envolvidos com toda a probreza deste universo showrnalístico. É repetitivo. Cansa. É com uma certa tristeza e sensação de perda que fazemos referências a episódios envolvendo ex-alunos. Mas a passagem pela sala de aula sempre deixa pistas. Possibilita termos alguns indicativos.
A carta de “despedida do Mino Carta”, no futuro, será apontada como um marco na história do jornalismo. Tenho absoluta convicção de que será uma linha divisória. Zerolândia deu uma “notinha” (página 10/edição de 07.02.2009), evidenciando o fato de que ele teria dito estar “decepcionado com os rumos do governo Lula”, frase que destacada do contexto agrada ao PRBS, deixando de lado “minha crença no jornalismo faliu.” Afirmação que se feita por nós não teria grande significado. Temos dito que JORNALISMO é subversão. E o que aí está é perfumaria, secos e molhados. Torcemos para que ele não fique muito tempo afastado.
Zerolândia, em contrapartida, é a expressão deste quadro de falências. Faz o pior jornalismo do país. É um lixão. Podemos viver sem ela. Eu leio por obrigação. Em alguns momentos fico irritado. Algumas vezes tenho vontade de vomitar. Tenho, sempre, a certeza de que luta de classes existe. Na atualidade estou achando tudo muito tragicômico. Também, no sábado, um velho jornalista linha de frente, da década de 70 até os dias atuais, nos disse que deixou de ler Zerolândia está fazendo uns dois anos. E não sente a mínima falta. Faz muito tempo que o ensino de jornalismo faliu. É o ensino da covardia. O Carlos Wagner de tão em cima do muro, em relação ao MST, vai ser santificado. O apelido toda a categoria sabe. E tudo indica que a crise está pegando feio. Não tenho celular. Podem discar para o fixo e evitem as filas. Empresas multimídia economizam na conta telefônica. Mas principalmente no salário.
Vou continuar tentando ficar longe deste tipo de postagem. Fico sempre na torcida para que não me relatem estas “histórias cabeludas”. O PRBS perdeu a noção do ridículo. É um saco ter que escrever pedindo tantas desculpas por pensar. Não tenho mais nada a dizer. Muitos integrantes da GrupoLânDIA são, de fato, do mal. Quero o máximo de distância.
Chega. E no entanto não posso fazer nada. Respiro JORNALISMO.

@@@@@@@@@@ esta é a primeria versão do texto. Um rascunho. Deveremos realizar ajustes, acréscimos e uma revisão.
Fonte: Blog Ponto de Vista

Nenhum comentário: