A justiça concedeu liberdade provisória a Rodrigo Godoy Bandaz, 27 anos, Eduardo Adriano Villodre, 28, e Bruno Ortiz Porto, 23, presos preventivamente semana passada em uma operação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O juiz Felipe Keunecke de Oliveira não viu provas suficientes da suposta participação desses torcedores na tentativa de homicídio de Lucas Ballardin, 19, e Marçal Santos, 30, no último dia 16.
Responderão em liberdade, portanto, às prováveis acusações de formação de quadrilha, dupla tentativa de homicídio por motivo torpe e preconceito racial.
Na cobertura da saída de Bruno, Rodrigo e Eduardo do Presídio Central, Zero Hora a eles se referiu através dos termos "torcedores" e "suspeitos".
ZH os tratou, portanto, como cidadãos. Nomeá-los e a eles se referir através de termos que designam adeqüadamente uma suposta conduta é resguardar a cidadania, um dos conceitos mais caros à nossa Carta Máxima. "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória", nos diz a Constituição Federal (Art. 5º, LVII).
Tal tratamento, no entanto, não é comum nas páginas de ZH.
Ao "homem de 25 anos" ontem capturado por populares, por exemplo, ZH se refere através dos termos "assaltante" e "criminoso".
"Mas ele foi contido logo após o assalto", dirão.
Sim, é certo que foi.
Mas, questiona La Vieja, ele foi condenado? Há sentença penal condenatória transitada em julgado?
Não, não há. Sequer há um inquérito, ainda. E, mais ainda, nenhuma autoridade afirmou publicamente que ele será indiciado pela prática do crime que lhe foi atribuído.
Mas, se nenhuma autoridade fez essa afirmação, por que ZH a ele se referiu através dos termos "assaltante" e "criminoso", enquanto se referiu a Bruno, Eduardo e Rodrigo, - que provavelmente serão indiciados por formação de quadrilha, dupla tentativa de homicídio por motivo torpe e preconceito racial - , através dos termos "torcedores" e "suspeitos"? Se não há sentença penal condenatória transitada em julgado em nenhum dos casos, todos não deveriam ser tratados como "suspeitos"?
ZH sequer se deu ao trabalho de descobrir o nome do "homem de 25 anos" contido por populares.
Por qual motivo, então, se preocuparia com sua cidadania?
A foto publicada por ZH, embora não revele seu rosto, o expõe de uma maneira brutal, para o enlevo de seu leitor-médio. Para esse leitor, também o sistema penal deve ser eminentemente punitivo.
Todavia, a vingança gratuita é uma falsa catarse. Não há purificação alguma. Ficam mais interrogações do que respostas.
Como também fica sem resposta o porquê de não haver nenhuma foto dos suspeitos Bruno, Eduardo e Rodrigo nas páginas de ZH, em nenhuma matéria que tratou do incidente no qual os três supostamente estão envolvidos.
Embora ZH tenha acompanhado tanto a operação que resultou na prisão dos três suspeitos quanto o momento em que deixaram o presídio.
Pelo visto, alguns suspeitos são mais iguais do que outros.
Fonte: La Vieja Bruja
Responderão em liberdade, portanto, às prováveis acusações de formação de quadrilha, dupla tentativa de homicídio por motivo torpe e preconceito racial.
Na cobertura da saída de Bruno, Rodrigo e Eduardo do Presídio Central, Zero Hora a eles se referiu através dos termos "torcedores" e "suspeitos".
ZH os tratou, portanto, como cidadãos. Nomeá-los e a eles se referir através de termos que designam adeqüadamente uma suposta conduta é resguardar a cidadania, um dos conceitos mais caros à nossa Carta Máxima. "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória", nos diz a Constituição Federal (Art. 5º, LVII).
Tal tratamento, no entanto, não é comum nas páginas de ZH.
Ao "homem de 25 anos" ontem capturado por populares, por exemplo, ZH se refere através dos termos "assaltante" e "criminoso".
"Mas ele foi contido logo após o assalto", dirão.
Sim, é certo que foi.
Mas, questiona La Vieja, ele foi condenado? Há sentença penal condenatória transitada em julgado?
Não, não há. Sequer há um inquérito, ainda. E, mais ainda, nenhuma autoridade afirmou publicamente que ele será indiciado pela prática do crime que lhe foi atribuído.
Mas, se nenhuma autoridade fez essa afirmação, por que ZH a ele se referiu através dos termos "assaltante" e "criminoso", enquanto se referiu a Bruno, Eduardo e Rodrigo, - que provavelmente serão indiciados por formação de quadrilha, dupla tentativa de homicídio por motivo torpe e preconceito racial - , através dos termos "torcedores" e "suspeitos"? Se não há sentença penal condenatória transitada em julgado em nenhum dos casos, todos não deveriam ser tratados como "suspeitos"?
ZH sequer se deu ao trabalho de descobrir o nome do "homem de 25 anos" contido por populares.
Por qual motivo, então, se preocuparia com sua cidadania?
A foto publicada por ZH, embora não revele seu rosto, o expõe de uma maneira brutal, para o enlevo de seu leitor-médio. Para esse leitor, também o sistema penal deve ser eminentemente punitivo.
Todavia, a vingança gratuita é uma falsa catarse. Não há purificação alguma. Ficam mais interrogações do que respostas.
Como também fica sem resposta o porquê de não haver nenhuma foto dos suspeitos Bruno, Eduardo e Rodrigo nas páginas de ZH, em nenhuma matéria que tratou do incidente no qual os três supostamente estão envolvidos.
Embora ZH tenha acompanhado tanto a operação que resultou na prisão dos três suspeitos quanto o momento em que deixaram o presídio.
Pelo visto, alguns suspeitos são mais iguais do que outros.
Fonte: La Vieja Bruja
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