24.3.09

PENSamentO úNicO

O jornalista e professor da UFRGS, Wladimir Ungaretti está impedido de tecer comentários - quaisquer que sejam - sobre o trabalho do fotógrafo Ronaldo Bernardi, funcionário do Grupo P-RBS. A determinação é judicial e parte de Bernardi que processa Ungaretti, por este ter contado em seu blog, seu apelido no meio profissional.

Felizmente não haverão editais cínicos nos principais jornais da capital gaúcha, clamando pela liberdade de imprensa, nem mesmo pela liberdade de opinião. Liberdade é colírio.

Wladimir ou Ungaretti, depende da época do interlocutor, produz conteúdos de crítica de mídia, jornalismo, fotojornalismo e história recente. É um professor que continua a aula todo o tempo. Produz duas publicações com turmas da Faculdade de Comunicação da UFRGS e mantém além do blog, uma revista eletrônica, o site Ponto de Vista.

As críticas que produz jamais são de caráter pessoal. Ungaretti reproduz trechos inteiros de diferentes autores, para demonstrar que não está atacando a honra de ninguém, mas desmanchado falácias técnicas que se escondem sobre a fé pública do jornalismo.

Processos infames como este estão virando rotina para os juízes aposentados do departamento jurídico. Uma vez é a revista de viagens do centro do país, que processa o premiado repórter por plágio; depois é o novo repórter que é acusado do mesmo crime, dessa vez por um jornal de circulação nacional. E agora vem essa, o fotógrafo que tem seu apelido profissional revelado processa o jornalista mais velho, com quem ele deveria ter aulas.

Na fronteira do pensamento, Ungaretti é novamente prisioneiro de uma política. Seu exílio é a liberdade.

Fonte: Cel3uma
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TODO NOSSO APOIO AO WU!!!

Sem arrego


Fonte: Coletivo Muralha Rubro Negra

10.3.09

Manifestação põe 'Folha' e 'ditabranda' no devido lugar

Os manifestantes — cerca de 500 pessoas — denunciaram os laços íntimos entre a família Frias, proprietária do jornal, e a ditadura militar (1964-1985). Fizeram mais: renderam homenagens às vítimas dos “anos de chumbo” e rechaçaram o termo “ditabranda”, evocado pela Folha para relativizar o regime totalitário. Eram ex-presos políticos e familiares de vítimas da ditadura, lideranças partidárias, ativistas dos mais diversos movimentos da sociedade civil e de organizações não-governamentais.

Havia até um leitor da Folha, Adilson Sérgio, que não se contentou em mandar mensagens ao jornal, foi à manifestação e pediu a palavra. “Vim aqui em nome de meus filhos e netos, que precisam saber a verdade. Ditadura é ditadura. Ditabranda é a porra”, disparou, indignado.

Antes do ato, a Rua Barão de Limeira já estava tomada por faixas e cartazes que antecipavam o tom do protesto. “Folha, ditabranda nunca existiu. Ditadura nunca mais”, dizia uma das faixas. “De rabo preso com o feitor”, ironizava um cartaz. “‘Ditabranda’? No dos outros é refresco”, enunciava uma mensagem mais audaciosa.

“Com esse ato, queremos estimular a sociedade a sair da afasia, da letargia”, explicou o presidente do MSM, Eduardo Guimarães, antes de ler para o público o manifesto “Pela Justiça e pela Paz no Brasil”. Segundo Eduardo, “depois de 20 anos de ditadura, as pessoas no Brasil têm medo de se manifestar. Mas não podemos ficar quietos”.

“Ditabranda”

O manifesto do MSM cita dois editoriais da Folha. Um deles, assinado por Octávio Frias de Oliveira e publicado em 22 de setembro de 1971, exalta o “governo sério, responsável, respeitável” de Emílio Garrastazu Médici — o mesmo governo que massificou a tortura e a repressão por meio da Operação Bandeirantes (Oban). O texto comemorava ainda um Brasil “de onde a subversão” era “definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa.”

O segundo editorial, de 17 de fevereiro passado, desqualifica o presidente venezuelano Hugo Chávez em favor dos generais-presidentes da ditadura brasileira. “As chamadas ‘ditabrandas’ — caso do Brasil entre 1964 e 1985 — partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”.

O conceito de “ditabranda”, tão falso quanto uma nota de R$ 3, foi repudiado por centenas leitores da Folha e personalidades como a professora Maria Victória Benevides e o jurista Fábio Konder Comparato. Aos dois em particular, a Folha esgarçou o desaforo, classificando a indignação deles de “cínica e mentirosa”. O ato deste sábado lhes prestou solidariedade.

Uma das presenças mais surpreendentes na manifestação foi a do padre Júlio Lancelotti, alvo recente de calúnia e difamação na grande mídia. “Deixei uma peregrinação porque fiz questão de vir para rezar aqui”, afirmou Lancelotti, que criticou o termo ditabranda — “os mortos morreram do mesmo jeito”. Segundo o padre, “a imprensa nos tortura psicologicamente, estupra a consciência do povo”.

O caso Roque

O advogado criminalista Egmar José de Oliveira, da Comissão Anistia do Ministério da Justiça, contestou a “brandura” do regime militar com o exemplo de duas professoras — uma de Santos, outra do Rio de Janeiro — que foram sequestradas e abusadas pelo regime. Segundo Egmar, um dos próximos objetivos da comissão é investigar quais foram os empresários que ajudaram a bancar a Oban. “Os Frias que se cuidem.”

Ex-presos políticos, como o sindicalista Toshio Kawamura e os jornalistas Celso Lungaretti e Ivan Seixas, fizeram depoimentos emocionantes. “Se foi só ditabranda, onde estão meus companheiros?”, questionou Toshio, aos prantos, citando nomes de diversos militantes mortos pelo regime.

Ivan relatou uma das mais marcantes demonstrações de colaboracionismo da família Frias. Em 1971, ele e o pai — o metalúrgico Joaquim Alencar de Seixas, conhecido como Roque — foram presos e torturados no DOI-Codi. Na madrugada de 17 de abril, durante um “passeio” com policiais, Ivan conseguiu avistar, na capa do jornal Folha da Tarde, a notícia de que seu pai havia morrido.

Quando voltou para a prisão, porém, encontrou Roque ainda vivo, mas prestes a ser morto. O jornal dos Frias sabia de antemão da morte e, a serviço da Oban, precipitou a divulgação. De quebra, o veículo que transportava Ivan no “passeio” era também do grupo Folha.

“Falo aqui em nome de companheiros presos, companheiros torturados, companheiros assassinados, e em nome das pessoas transportadas ou capturadas em emboscadas por carros da Folha”, disse Ivan no ato. “Otavinho (Otávio Frias Filho, atual diretor de redação da Folha de S.Paulo e filho de Octávio Frias de Oliveira) tem algo em comum comigo: nós dois honramos a luta de nossos pais.”

Cerca de 345 pessoas assinaram a lista de presença. Outros tantos passaram em algum momento pelo ato, que começou a receber manifestantes às 9h30 e se estendeu até as 12h30. Apesar disso, um tal de tenente Crisóstomo, da Polícia Militar, estimou o público em “umas 65 pessoas, no máximo 70”. E debochou, rindo: “Mas, se você perguntar para eles, vão falar um milhão”. Um consolo, enfim, para a Folha: havia alguém ali à altura de sua desfaçatez.

De São Paulo,
André Cintra

Fotos: Jailton Garcia

Veja mais fotos da manifestação contra a Folha

Fonte: Vermelho.org, 7 de março de 2009.

RBS está indo longe demais

Produzindo “provas” contra o MST

O jornal Zero Hora produziu hoje mais uma daquelas matérias que serão arquivadas pela banda da direita do Ministério Público estadual. Num futuro próximo, vocês verão que algum promotor da banda da direita do MP/RS usará argumentos e cacoetes ideológicos estampados hoje em ZH. Mais: nas hipotéticas futuras ações diabolizantes do MST constará – como “prova documental” – a matéria de hoje de ZH.

A RBS, em definitivo, está indo longe demais.

Fonte: Diário Gauche , 8 de março de 2009.

Folha: 2 mil cancelamentos de assinatura?

Do blog do Sakamoto:

08/03/2009 - 10:38

Folha reconhece que errou no Caso “Ditabranda”

O jornal Folha de S. Paulo publica na edição deste domingo uma declaração do proprietário e diretor de redação Otavio Frias Filho reconhecendo (finalmente) que o jornal fez besteira quando chamou a última ditadura brasileira de “ditabranda”.

O uso da expressão “ditabranda” em editorial de 17 de fevereiro passado foi um erro. O termo tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis.

Do ponto de vista histórico, porém, é um fato que a ditadura militar brasileira, com toda a sua truculência, foi menos repressiva que as congêneres argentina, uruguaia e chilena -ou que a ditadura cubana, de esquerda.

No editorial de 17 de fevereiro, a Folha de S. Paulo chamou a última ditadura brasileira (1964-1985) de “ditabranda”. O objetivo era fazer um contraponto entre os regimes da década de 70 e 80 na América Latina e a atual situação na Venezuela. Leitores chiaram (fontes de dentro do jornal dizem que uma onda de cancelamento de assinaturas teria acendido uma luz amarela – fala-se em perdas de até 2 mil assinantes) e até profissionais da casa lamentaram o uso do termo. A Folha também respondeu de forma arrogante aos professores Fábio Konder Comparato e Maria Victoria Benevides, que se posicionaram contra o jornal pelo ocorrido em cartas enviadas à redação, o que levou o ombudsman a dizer que faltou cordialidade ao veículo. Um abaixo-assinado circula contra a postura no editorial e já conta com mais de 7 mil adesões.

A declaração de reconhecimento do erro veio acanhada, aparecendo em forma de box na página do ombudsman (A06), longe da página A02 dos editoriais, em que foi publicada o texto que originou essa crise. Além disso, Otavio Frias não ficou na defensiva e atacou:

A nota publicada juntamente com as mensagens dos professores Comparato e Benevides na edição de 20 de fevereiro reagiu com rispidez a uma imprecação ríspida: que os responsáveis pelo editorial fossem forçados, “de joelhos”, a uma autocrítica em praça pública.

Para se arvorar em tutores do comportamento democrático alheio, falta a esses democratas de fachada mostrar que repudiam, com o mesmo furor inquisitorial, os métodos das ditaduras de esquerda com as quais simpatizam.

Ontem, uma manifestação em frente ao jornal, na região central de São Paulo, juntou mais de 400 pessoas para protestar contra o editorial do jornal e demonstrar apoio aos professores Comparato e Benevides. É importante ressaltar que a Folha cobriu a manifestação e publicou a íntegra do abaixo-assinado neste domingo.

Tanto a manifestação quanto as declarações do diretor de redação não colocam um ponto final no caso. Mas não vejo utilidade em tentar descobrir se essas declarações surgiram para colocar um fim nos protestos (e em uma evasão de assinantes) ou se foi fruto de uma autocrítica pelo qual a direção do jornal passou. O que importa é que o caso expôs como o maior e mais importante jornal do país conseguiu relativizar a História, sem grandes problemas de consciência até então, com o objetivo de defender um ponto de vista. Mas também mostrou o poder do consumidor de notícia, ao reclamar da atitude do seu fornecedor, e da mobilização pela internet, essencial para que a crítica ao editorial chegasse aonde chegou.

5.3.09

Governo em crise, manchete positiva


As compensações da mídia amiga

Sugestão de pauta para os estudantes de Comunicação Social: investiguem as manchetes positivas do jornal Zero Hora com relação ao governo estadual (como de hoje) e vejam se não coincide com alguma crise – das tantas – pelo qual passa o Piratini sob o comando do yedismo trololó.

Empiricamente se observa que há uma perfeita sincronia entre os vales depressivos das crises tucanas e as manchetes ufanistas, estimulantes e compensatórias da mídia amiga. Manchetes essas, aliás, que nem sempre se revelam como a expressão da verdade - como a de hoje. O benefício da notícia é a própria notícia, como propaganda (enganosa) do Piratini, já que o servidor da segurança pública pouco tem a comemorar com esse reajuste miserável oferecido pelo Executivo.

Fonte: Diário Gauche

2.3.09

Idade Mental: 10 anos

A marca do atrasoDez anos após o massacre midiático contra o Governo Olívio Dutra, Rosane de Oliveira recebeu autorização para escrever no seu blog:
Foi assim com Olívio Dutra (PT), que mal havia assumido o Palácio Piratini quando enfrentou uma oposição ensandecida e disposta a tirá-lo do cargo. Motivo? Por ter mandado a Ford embora, respondiam.
Como tecnicamente perder um investimento negociado pelo antecessor não é caso para impeachment, os inimigos, liderados pelo advogado Paulo do Couto e Silva, foram à cata de motivos que pudessem ser enquadrados como crime de responsabilidade. Não encontrando, passaram meses fazendo marola com a ameaça. Depois, na CPI da Segurança, que bem poderia ser chamada de CPI do PT, o impeachment voltou a ser invocado pelos adversários de Olívio antes da conclusão dos trabalhos. A CPI pediu indiciamentos a torto e a direito, mas o Ministério Público arquivou tudo.


Infelizmente Rosane ainda não conquistou alforria para publicar estas informações nas páginas de Zero Hora.

A demora e o local para fazer um registro, espécie de mea culpa, traduzem as dificuldades do Grupo RBS em sair da cloaca em que se meteu. Na internet não tem boi, portanto, não peçam aos internautas a mesma passividade bovina de boa parcela de gaúchos que engole a seco todas as mentiras da RBS. A internet não perdoa, registra o presente sem esquecer do passado. Nos blogs, não precisamos de autorização de ninguém para desmascarar essa mídia mascarada e golpista. Não vivemos a cabresto, nem somos patrocinados por mensalinhos...(Quer saber mais sobre isso, então não pergunte ao Políbio Braga!)

A PAZ da RBS é a dos sepulcros
O que chama a atenção no registro da colonista da RBS é o momento em que vem a público dizer o que até o reino mineral já sabia: que a RBS e a parte mais atrasada do empresariado e da política gaúcha sabiam que Olívio estava fazendo um governo verdadeiramente revolucionário. Olívio tocou nos pontos nevrálgicos da segurança pública. Apontou o jogo maçônico tanto da polícia quanto do Tribunal de Justiça. Se Bisol fosse o culpado pelos problemas de violência, com sua saída deveríamos estar vivendo dias melhores. Mas não foi isso que aconteceu. Pior, à violência das ruas somou-e a violência institucionalizada, sob orientação da Governadora Yeda. Ela escolheu o Coronel Mendes, não para prender um réu confesso como César Busatto, mas para bater em pobre. Se não fosse a Polícia Federal alguém acredita que a Secretaria de Segurança Pública do Governo Yeda teria feito alguma denúncia contra os larápios do DETRAN?
A gravação divulgada por Paulo Feijó mostra quem foram e continuam sendo os sanguessugas das instituições públicas como DETRAN, BANRISUL, DAER. Deu nome e sobrenome, endereço e idade, partido e cargo, mas a RBS não mexeu um lápis para ajudar a esclarecer. Pelo contrário, perfilou-se ao lado dos larápios e deles não desgruda.

O que a tropa de chegue da Yeda, na política e na mídia, não se dá conta, é que no Governo Olívio, as denúncias foram construídas num consórcio encabeçado pela RBS e pelo que existe de mais retrógrado no RS. Ressurgiu agora com força o que, na época, registrei como Marcarthismo Gaudério em artigo publicado na Agência Carta Maior.
As denúncias envolvendo os larápios do DETRAN e o modus operandi do Governo Yeda não partiram de nenhum partido político da oposição, muito menos do PT. Aliás, o PT está calado demais para meu gosto. Calado e apanhando de graça. Parece até mulher de delegado.
O que deixa os áulicos e a turma da RBS desnorteados é que a descoberta da maior falcatrua registrada na administração pública do Rio Grande do Sul se deve ao trabalho irretocável da Polícia Federal, e à capacidade profissional e técnica da Juíza Federal de Santa Maria, Dra. Simone Barbisan Fortes, uma jovem especialista em Previdência Social.
Como Yeda & RBS não podem se voltar contra o trabalho da Justiça Federal, voltam-se contra quem quer ver tudo bem esclarecido: os honestos. Querer paz, neste caso, significa jogar lixo para debaixo do tapete, uma especialidade do Grupo RBS e sua base política na Assembléia.
Relações Umbilicais
Não nos esqueçamos que tudo o que Yeda está pondo
em prática aprendeu nos corredores da RBS.















Fonte: Ficha Corrida

Blogueiros gaúchos têm razão: RBS é a pior do Brasil

Mas a concorrência é grande. E esforçada. Repare:

Anteontem, o PSOL gaúcho convocou uma coletiva para denunciar um grande esquema de corrupção, desvio de verbas públicas, caixa 2, envolvendo membros do governo tucano, inclusive a governadora Yeda Crusius. Como a matéria foi repercutida na chamada grande imprensa, mostrei aqui ontem - Yeda Crusius: ‘Por 100 mil eu não me levanto da cadeira’.

Hoje, a farra continua. A editora-executiva do jornal Zero Hora, Rosane de Oliveira, em seu blog...(Licença para um parágrafo entre parênteses.)

(É um mimo a apresentação da Rosane – que, relembro, é editora-executiva do Zero Hora – feita por um outro jornalista da casa: "A Rosane de Oliveira é a abelha-rainha do jornalismo político. Ela passa o dia depurando sua colmeia de informações. O resultado é de um melífluo sabor para seus leitores, que confiam que tudo o que ela escreve é a síntese de todos os fatos políticos importantes.")

Voltando à abelha-rainha. Ela hoje volta ao assunto em nova postagem, Reações diferentes. E já começa chamando assim as graves acusações feitas pelo PSOL: “Embora a lama jogada no ventilador pelo PSOL...”. Não, abelha, o PSOL não jogou, ele denunciou a lama, o que é coisa bem diferente.

Por falar em diferente, o título da postagem de Rosane se refere ao comportamento distinto de dois dos personagens envolvidos nas denúncias. O ex-secretário da Fazenda Aod Cunha entrou na Justiça para exigir que o PSOL prove o que diz contra ele ou se retrate. No que faz bem. Já a governadora Yeda...

Em vez de procurar a Justiça, Yeda Crusius optou pelo embate verbal. (...) Em entrevista ao repórter Elder Ogliari, da Agência Estado, disse que a deputada Luciana Genro e o vereador Pedro Ruas não têm credibilidade e "não podem convocar a imprensa para fazer dela massa de manobra para os propósitos golpistas que sabidamente têm".

Lá pelas tantas, o repórter pergunta por que ela não exige que o PSOL apresente provas. Resposta de Yeda:

– Exigir provas? Eles devem exigir de si próprios. Minha mãe me ensinou a não responder a provocações de bêbados de porta de bar. O nível do fazer política no Rio Grande do Sul é altíssimo. Não merece esse tipo de provocação.

E o que pensa a abelha-rainha, após “passar o dia depurando sua colméia de informações”, das reações diferentes? Afinal, a governadora foi acusada de levar dinheiro por fora para comprar um apartamento e de ter recusado 100 mil por mês, porque seria pouco, o que a teria feito pronunciar a já famosa sentença: “Por 100 mil não me levanto da cadeira”. Eis o que pensa Rosane:

São duas maneiras diferentes de encarar a situação. Acostumada aos ataques da oposição, Yeda não se abalou como Aod...

Ou seja, errado é quem fica abalado e pede provas a quem o chama de corrupto, já Yeda não se abalou, porque está acostumada aos ataques da oposição... É uma mulher equilibrada, que não se abala com palavras vazias, coisa de oposicionista que não tem o que fazer.

A entrevista ao Estadão

Fui então ao Estadão ler a tal entrevista da governadora ao repórter Elder Ogliari. Foi outro choque. Repare como ele abre a entrevista [destaques meus]:

Bem no início daquele que se anuncia como o melhor ano de sua gestão, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, está no centro de mais uma onda de denúncias políticas, feitas pelo PSOL e atribuídas a provas que estariam no processo que vai julgar os réus do desvio de R$ 40 milhões dos Detran/RS entre 2003 e 2007. Em vez de falar do equilíbrio fiscal, atingido no ano passado, e dos investimentos de R$ 2,3 bilhões que o Estado fará neste ano, com recursos próprios, a governadora foi colocada novamente na defensiva. Mesmo sem ter as provas que diz existirem à mão, o PSOL afirmou...

Parece porta-voz da governadora. Mas isso não é tudo. No segundo parágrafo, ele prossegue:

Yeda está mais tranquila porque as provas do que o PSOL diz não apareceram. Por isso, limitou-se a responder à acusação por uma nota na qual salientou que o Ministério Público Federal já desmentiu as declarações do PSOL e vem evitando o assunto, preferindo se ocupar da elaboração dos contratos de gestão que seus secretários terão de assinar a partir deste ano, se comprometendo com metas de desempenho.

E por aí vai...

Já no Rio de Janeiro, O Globo... bem, novamente O Globo não deu uma linha sequer sobre o assunto.

Por isso disse que concordo com os blogueiros gaúchos quando afirmam que a RBS é a pior do Brasil. Mas a concorrência é dura. E esforçada. Mesmo quando o esforço é não fazer nada, como O Globo com seu silêncio.

Fonte: Blog do Mello

1.3.09

Desespero na redação da RBS?

Acabamos de ler, no blog RSurgente, a manifestação de Marlize Machry Bins a respeito de um post da abelhinha Rosane de Oliveira, intitulado "Impeachman não é aspirina". Bins recomenda o uso de FOSFOSOL para ativar a memória da abelhinha, pois a oposição ferrenha que o Grupo RBS promoveu durante o Governo Olívio Dutra [PT, 1999/2002] foi omitido do texto em questão.

No nosso entendimento, essa é mais uma resposta da RBS frente à pressão popular. O que é isso, surgir, agora, pela voz da Rosane de Oliveira, o reconhecimento de que houve "oposição ensandecida" durante o Governo Olívio Dutra do PT?!?!?

Esquece também o grupelho, que só engambela o seu leitor e/ou assinante desavisado. Para os que pressionam [leitores ou não], para os que apontam a sua partidarização em prol de todos os governos corruptos do RS, desde a ditadura, fica a certeza do quanto esta gente é flor de sem-vergonha!!!!

Cada vez mais o Grupo RBS se expõe rumo ao descrédito total! Com quem a Rosane de Oliveira e a Família Sirotsky que a emprega pensam que estão lidando? A saraivada de críticas que a abelhinha levou naquele post "Eu recomendo", referente ao artigo do Alabarse, recomendaria mais prudência! Afinal, parte da população já identificou o alinhamento incondicional da RBS com o desgoverno Yeda Crusius [PSDB] e não será um textinho sem-vergonha, como esse, que irá "redimir" a empresa detentora de monopólio midiático frente a esse público.

Ou estará batendo o desespero na redação, onde o bom senso, a racionalidade, e a calma, em situação de estresse*, são solenemente ignorados? Devem estar acontecendo cancelamentos de assinaturas da Zerolândia em massa...

Alguém teria essa informação???


*Tentem imaginar o desespero dos passageiros, naquele pouso forçado no Rio Hudson em NY, no qual não houve vítimas, graças à ação coordenada dos esforços, evitando o pânico que os levaria ao desastre.

Fonte: Dialógico